A arrecadação federal somou 201,8 bilhões em julho, um pouco acima da nossa projeção (R$ 200 bilhões), mas abaixo da mediana das estimativas (R$ 204 bilhões). O montante representa uma queda interanual de 4%, com redução das receitas de IRPJ/CSLL e daquelas não administradas pela Receita Federal, como royalties de petróleo. Já a arrecadação de tributos mais relacionados ao mercado de trabalho segue resiliente. O ponto de atenção fica com medidas de ganhos de receita, anunciadas pelo Ministério da Fazenda, que demoram para aparecer nos dados da arrecadação. A tributação das exportações de petróleo tem compensado o efeito ainda presente das desonerações do PIS/Cofins sobre combustíveis, mas, por outro lado, o programa de redução de litigiosidade tem gerado ganhos abaixo do estimado inicialmente pelo governo e a exclusão do ICMS da base de créditos do PIS/Cofins ainda não deu sinais de aumento da arrecadação do tributo. Nossa expectativa é de um déficit primário de 1% em 2023, dependente da concretização de algumas das medidas anunciadas.

Fonte: Bradesco