Os dados de produção industrial, investimentos em ativos fixos e vendas no varejo apresentaram nova desaceleração em maio, reforçando a moderação da atividade econômica do país neste trimestre. A produção industrial avançou 3,5% em termos interanuais, reforçando a perda de fôlego do setor produtivo. Os investimentos em ativos fixos também moderaram, com variação interanual acumulada no ano de 4,0%, frustrando as expectativas de mercado e se situando abaixo do resultado anterior. Destaque para a queda maior que a esperada no investimento em propriedades, reforçando a persistência dos gargalos sobre o setor imobiliário. Por sua vez, as vendas no varejo avançaram 12,7%, abaixo das expectativas e com desaceleração em relação ao dado de abril, com uma composição que reforça o desempenho heterogêneo entre setores de consumo, significativamente mais forte em serviços mas moderado em bens.

Um gargalo estrutural para o crescimento no país é a elevada taxa de desemprego entre a população jovem, também divulgada ontem e que atingiu 20,8% em maio. As piores perspectivas para o crescimento econômico alimentam expectativas de que as autoridades chinesas implementem mais estímulos adiante. Ontem, foi anunciado um corte de 0,1 p.p. em uma das taxas básicas de juros do Banco Popular da China (PBoC), mas é crescente a probabilidade de anúncios de outros estímulos, possivelmente fiscais ou orientados a impulsionar a demanda no setor imobiliário.

Fonte: Bradesco